por uma intervenção social do séc xxi

Uma situação com a qual os profissionais que intervêm no campo (do) social se debatem actualmente é, sem dúvida, a identificação dos limites da sua intervenção e os pontos de encontro entre as diferentes profissões. 

Obviamente, e como não poderia deixar de acontecer, cada grupo profissional defende e apresenta como suas as competências que lhes pertence. Os outros grupos, com maior ou menos conhecimento sobre a realidade profissional externa, criticam e colocam em causa a legitimidade dos outros para o exercício dessas mesmas competências. 

É, considero, uma situação normal. Cada grupo profissional defende a sua dama da forma que acha mais correcta, embora não poucas vezes esse debate sai do campo científico-profissional, e entra no campo do insulto pessoal.

Não será hora de todas estas profissões (estruturas sindicais, profissionais e educativas) se organizarem, se sentarem à mesma mesa sob um único objectivo: a sistematização e definição das articulações entre competências profissionais, elaborando, por exemplo, por área de intervenção "mapas de articulação das competências profissionais"? Tendo, claro, como principal beneficiário, o cliente...

Esta "estrutura" poderia até ir mais longe, com a criação duma "organização" que visasse a promoção da intervenção sobre em Portugal, onde se reflectisse por exemplo, e entre outros variadíssimos aspectos, as práticas deontológicas necessárias para a intervenção em equipa... E isto que aqui trago não é nada de novo.

Está a acontecer no Brasil, pelo menos entre a psicologia e o serviço social.

Está a acontecer na Europa, com a criação da ENSACT.

Será possível acreditar que em Portugal, é credível pensar que profissionais de áreas (permitam-me) relativamente similares, se podem juntar e organizar com vista a um bem comum. Ou será pedir de mais?

publicado por MAV às 12:12