Manuel Alegre afirmou hoje que, se fosse Presidente da República, escreveria uma carta à administração da Portugal Telecom, referindo que considera uma imoralidade o facto de, num momento de crise como este, ocorrer uma distribuição de dividendos que ficará livre de impostos.
Isto só pode levar a uma conclusão.
Manuel Alegre e os elementos da sua campanha, já não sabem o que fazer e o que dizer, para tentar manter Alegre numa corrida, onde cada vez mais, ele aparece como derrotado.
«As empresas não estão a usar os mecanismos previstos no Código do Trabalho (CT) que permitem aliviar o processo de despedimento individual.» [Público Online]
Como forma de combater a crise, e garantir a sustentabilidade, a médio e longo prazo do seu sistema de pensões, o governo Espanhol prepara-se para aumentar a idade da reforma dos 65 para os 67 anos.
Em Portugal, e face ao aumento da esperança média de vida, à entrada cada vez mais tardia no mercado de trabalho e ao envelhecimento constante da população, quando haverá coragem política para tomar esta necessária e urgente medida?
Socorrendo-me das informações apresentadas pelo Gabriel Silva, a previsão no OE 2009 para o défice era de 2,2%, sendo que em Janeiro de 2009 essa previsão já tinha passado para os 3,9%. Em Maio, continuou a sua escalada e já se previa 5,9%.
Em Junho de 2009, Teixeira dos Santos dizia que estava em condições de garantir estes 5,9%. Contudo, chegamos a Dezembro (que é como quem diz, passa o período eleitoral) e a previsão cresce para 8,3%. Assim, obviamente, o valor “final” é de 9,3%.
Qual a justificação? A crise já cá estava e em Julho, Teixeira dos Santos via “sinais positivos, não só internos como internacionais”. O que aconteceu para tamanha alteração? Será esta a “política de rigor com o necessário controlo da despesa pública” que José Sócrates dizia ir manter?
Agora, de acordo com os mesmos, a previsão para o próximo ano é de 8,3%. Apenas duas questões: Depois disto tudo alguém acredita nisso? Depois disto tudo, alguém acredita nestes senhores?
Medina Carreira esteve hoje no "5 para a Meia-Noite" da RTP2, e fez alguns comentários que não posso deixar de transmitir aqui:
Mas gosto, especialmente, deste:
«A linha ferroviária do Corgo, entre Vila Real e a Régua, vai reabrir à circulação até ao final de 2010. Até lá vai ser totalmente remodelada. A empreitada representa um investimento de 23,4 milhões de euros.» [aqui]
Sabe-se hoje que,
«Os 20 por cento mais ricos têm 6,1 vezes mais rendimentos do que os 20 por cento mais pobres, segundo os resultados provisórios do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) do Instituto Nacional de Estatística (INE), realizado em 2008 mas que incidiu sobre os rendimentos de 2007. No ano anterior, eram 6,5.» [link]
Para além disso,
«A população residente em situação de risco de pobreza mantinha-se o ano passado nos 18 por cento. “O impacto das transferências sociais (excluindo pensões) na redução da taxa de risco de pobreza foi de aproximadamente seis pontos percentuais”, salienta o INE. Se considerássemos apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, “41 por cento da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza”.» [link]
Embora sejam notícias relativamente positiva (relativamente porque seria preferível a sua não necessidade), visto significar que as prestações sociais estão a servir para alguma coisa e, pelo menos, o risco de pobreza nao ter aumentado...
Isto por um simples motivo: a diminuição da diferença dos rendimentos pode estar relacionado com um maior aumento dos rendimentos dos mais pobres ou com uma maior diminuição dos rendimentos dos mais ricos... A informação do INE não esclarece este aspecto.
Recordo apenas uma mera reflexão estatística, se eu comer um frango e uma pessoa que esteja comigo não comer nada, estatísticamente, em média, ninguém tem fome porque comemos meio frango cada...