Caro Pedro,
Não estando ligado ao governo... mas como generalizas para todos os que defenderam, e votaram, sim no referendo do ano passado, gostava apenas de dizer que não menti... e que, somando prós e contras desta decisão... faria o mesmo.
Até concordo em alguns aspectos com que dizes... é realmente "inconcebível isentar da taxa moderadora quem interrompe voluntariamente sua gravidez, ao passo que são fechados centros de saúde em muitos pontos do país."
Mas o que está mal? A isenção da taxa moderadora ou o encerramento de centros de saúde (penso que te referias, principalmente, às urgências)? Vamos nivelar por baixo? Não será preferível defender ambas as opções (podendo dar primazia a alguns dos motivos)?
Também concordo que não tem lógica que devido "à impossibilidade de médicos e mais agentes de saúde serem impedidos de invocar objecção de consciência para perpetrar aquilo que para eles, pelo menos para aqueles que utilizassem este recurso, constitui um crime."
Mas onde é que isso acontece? Na IVG não... O que refere o texto que apresentas é que "os médicos e profissionais de saúde que manifestem este direito deverão, contudo, "prestar a assistência necessária em situações decorrentes da interrupção da gravidez em que a saúde da mulher esteja comprometida e em risco"." Defendes então que, quando a situação de doença se deva a actos causados pelo(a) próprio(a) não devia ter acompanhamento? Só se for isso. Mas se for, não há cuidados de saúde para feridos de acidentes de viação que sejam os culpados dos mesmos nem para aqueles que se tentem suicidar?
E mesmo nos aspectos em que concordo contigo, contínuo a preferir uma sociedade onde não se utilize o "vão de escada" como solução, onde não haja perseguição judiciais por estes motivos, onde existam condições de saúde quando, por determinados motivos encontrem a necessidade de recorrer a esta situação. Por todos estes, estes e ainda mais alguns...